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Zeitgeist: De Adenauer a Merkel, os chanceleres alemães

21 de novembro de 2016

Ficar muitos anos no poder é frequente na Alemanha, onde não há limites para a reeleição de um chanceler. Helmut Kohl ficou 16 anos no cargo, e Konrad Adenauer, 14.

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Helmut Kohl und Angela Merkel
Kohl ao lado de Merkel em 2001Foto: picture-alliance/dpa/A. Altwein

Desde a sua fundação, em 1949, a Alemanha teve oito chanceleres federais: sete homens e uma mulher ocuparam o cargo mais poderoso da república (mas não o primeiro na hierarquia, que é o de chefe de Estado, ou presidente).

Não é nenhuma raridade que um chefe de governo alemão fique muitos anos no cargo, dando a impressão, para as gerações mais jovens, de que ele sempre esteve lá, como é o caso da atual mandatária, Angela Merkel, no poder desde 2005.

Já o primeiro chanceler do pós-Guerra, Konrad Adenauer, foi reeleito três vezes (em 1953, 1957 e 1961) e ficou 14 anos no cargo – dos 73 aos 88 anos. O recordista, porém, é Helmut Kohl, que foi chanceler federal de 1982 a 1998, ou 16 anos. Kohl é também o único a chegar ao cargo por meio de uma moção de desconfiança, que o então chanceler Helmut Schmidt perdeu, em 1982.

Na época, o Partido Liberal Democrático (FDP) trocou de lado, abandonando o Partido Social-Democrata (SPD), com quem governava em coalizão, e apoiando a União Democrata Cristã (CDU), partido de Kohl, Adenauer e Merkel.

A CDU é o partido político que mais cedeu chanceleres à república: são cinco. Além de Adenauer, Kohl e Merkel, completam a lista Ludwig Erhard (1963 a 1966) e Kurt Georg Kiesinger (1966 a 1969).

Os outros três chanceleres são todos do SPD: Willy Brandt (1969 a 1974), Helmut Schmidt (1974 a 1982) e Gerhard Schröder (1998 e 2005). Apesar do número menor, os social-democratas têm, com Helmut Schmidt, o chanceler preferido dos alemães, segundo uma pesquisa da revista Stern de 2013. Dos consultados, 25% disseram que Schmidt foi o chanceler mais importante do pós-Guerra, seguido de Adenauer, destacado por 23%.

Na Alemanha não há limites para a reeleição do chanceler federal. Ele deixa o cargo se desistir de concorrer, perder a eleição ou for derrubado por um voto de desconfiança do Parlamento. Ao anunciar sua intenção de concorrer a um quarto mandato, Merkel se filia à tradição de que nenhum chanceler alemão do pós-Guerra deixou o poder por vontade própria.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.