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China tem novos casos após 2ª morte por coronavírus

18 de janeiro de 2020

Pneumonia misteriosa tem 4 novas ocorrências, somando quase 50 pessoas infectadas e várias outras em observação. Tailândia e Japão registram casos. EUA e países asiáticos iniciam verificações em pessoas vindas da região.

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Centro médico em Wuhan, na China, onde são tratados os pacientes infectados com o coronavírus.
Centro médico em Wuhan, na China, onde são tratados os pacientes infectados com o coronavírus.Foto: Getty Images/AFP/N. Celis

Autoridades sanitárias da China confirmaram neste sábado (18/01) quatro novos casos da misteriosa pneumonia viral detectada na cidade de Wuhan, na região central do país. O surto da doença, iniciado em dezembro, é causado por um tipo de coronavírus semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars).

A Comissão Municipal de Saúde da cidade de Wuhan confirmou na última quarta-feira a morte da segunda vítima da doença, um homem de 69 anos que foi diagnosticado no dia 31 de dezembro. Segundo a Comissão, ele tinha uma inflamação grave do miocárdio, insuficiência renal e danos em vários órgãos. Exames detectaram anormalidades no coração, além de problemas nos pulmões.

O surto da misteriosa doença teve início em Wuhan – cidade de 11 milhões de pessoas e capital da província de Hubei – em dezembro do ano passado. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.

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Em torno de 50 pessoas foram afetadas pela doença, sendo que cinco destas estão em estado crítico e outras cinco se recuperaram, segundo informou a Comissão Municipal. Os quatro novos casos descobertos permanecem em condições estáveis. Até o momento, não foram identificados sinais da doença em 763 pessoas que tiveram contatos diretos com os infectados. Destes, 665 foram liberados enquanto 98 permanecem em observação.

A Tailândia identificou dois casos do mesmo coronavírus nesta semana em turistas chineses vindos de Wuhan. O Japão confirmou que um de seus cidadãos que viajou para a cidade também foi infectado. Diversos países na Ásia realizam verificações de saúde em passageiros que chegam de voos da região de Hubei. Os Estados Unidos anunciaram que já adotam a mesma medida.

O governo se preocupa com a propagação da doença durante o feriado do Ano Novo chinês, de 25 de janeiro a 18 de fevereiro, quando milhões de chineses devem viajar para suas cidades de origem ou para o exterior. O governo estima que 440 milhões deverão utilizar o transporte ferroviário, e 79 milhões se deslocarão em aviões comerciais.

O Ministério chinês dos Transportes realiza ações de segurança para desinfetar trens, aviões e ônibus a fim de evitar a disseminação da doença. O mesmo ocorre em estações de passageiros, aeroportos e centrais de distribuição de cargas. Medidas de prevenção também são adotadas em Hong Kong, Taiwan e na Coreia do Sul.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o provável causador da pneumonia de Wuham seria um novo membro da família coronavírus. Estes organismos podem causar infecções que vão desde doenças simples até a Sars e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). O surto da Sars, que se espalhou pela China em 2003, causou 646 mortes no país e 813 em todo o mundo, de acordo com dados da OMS.

O novo tipo de coronavírus foi inicialmente detectado no mês passado pelos serviços de saúde em pessoas que frequentam ou trabalham em um mercado de frutos do mar no subúrbio de Wuhan. As autoridades afirmam que a pneumonia foi provavelmente originada de animais, mas descartam a possibilidade de transmissões entre humanos.

A OMS alertou para a possibilidade de disseminação da doença na região, mas afirmou não ser necessário impor restrições de viagem à China.

RC/rtr/afp/efe

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