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Blitz contra aglomeração acaba em pancadaria em praia belga

10 de agosto de 2020

Policiais que tentavam reforçar medidas de distanciamento em praia belga foram atacados por grupo de jovens, que atiraram cadeiras e guarda-sóis. Cidades costeiras impõem bloqueios para afastar "turistas de um dia".

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Vista aérea de praia na cidade belga de Blankenberge, em 8 de agosto
Blankenberge, na Bélgica, no último sábado: onda de calor tem lotado cidades costeirasFoto: picture-alliance/dpa/BELGA/E. Lalmand

Uma praia lotada na costa da Bélgica se tornou um campo de batalha entre policiais e banhistas no último sábado (08/08).

Numa tarde de temperaturas recordes, policiais foram deslocados para a praia de Blankenberge, um balneário a cem quilômetros a noroeste de Bruxelas, para verificar o cumprimento de medidas de distanciamento social.

Os policiais abordaram um grupo de cerca de 40 jovens que estava na areia. O grupo se recusou a seguir as instruções e também não quis deixar o local. Segundo relatos de testemunhas à imprensa belga, os policiais ainda pediram aos jovens que baixassem o volume de um aparelho de som.

Ao tentar retirar os banhistas, uma briga eclodiu. Alguns dos jovens jogaram areia, cadeiras, garrafas e guarda-sóis nos policiais, que precisaram chamar reforço. Outros banhistas parecem ter tomado o lado dos policiais e deram socos e pontapés em jovens que atiravam areia. Parte da pancadaria foi registrada em vídeo.

Ao menos 120 agentes tiveram que ser deslocados para controlar a situação. A praia estava particularmente lotada por causa da onda de calor que atinge a Europa neste verão. Segundo a imprensa belga,17 pessoas foram detidas. Algumas delas já tinham ficha criminal, de acordo com as autoridades.

Pelo menos três dos detidos serão ouvidos por um juiz nesta semana por suspeita de agressão e perturbação pública, arriscando indiciamento. Os três são de Bruxelas.

O fato de muitos dos envolvidos serem "turistas de um dia", que se deslocam de Bruxelas ou de subúrbios da capital para a praia e voltam no mesmo dia, levou as autoridades de Blankenberge a proibirem o deslocamento desse tipo de visitante.

Agora, só pessoas que possuem uma segunda residência na cidade ou que pretendem passar vários dias poderão ter acesso à praia. As autoridades locais e a polícia pretendem montar bloqueios nas estradas da região para controlar os turistas. A prefeitura local também solicitou à companhia ferroviária que impeça a chegada de trens entre 9h e 16h.

Salva-vidas e policiais na praia de Blankenberge no último sábado
Salva-vidas e policiais na praia de Blankenberge no último sábado, quando ocorreu a confusãoFoto: picture-alliance/dpa/BELGA/M. Weynants

As autoridades da cidade costeira vizinha de Knokke-Heist, que também registraram brigas na areia, também vão impor um bloqueio.

"Essa situação não pode continuar. Fazemos tudo para manter a segurança na nossa estação balneária e agora acontece isso", reclamou Daphné Dumery, prefeita de Blankenberge. "Qualquer pessoa que venha a Blankenberge deve, portanto, ter um motivo válido para vir. Com esta medida, estamos tentando restaurar a calma."

A Bélgica é um dos países mais atingidos pelo coronavírus no mundo, levando em conta o tamanho da sua população, de 11,4 milhões de pessoas. Quase 75 mil pessoas foram infectadas e 9.872 morreram. O país tem uma taxa de 86,43 mortes por 100 mil habitantes, a maior entre os países com mais de 1 milhão de habitantes. Para efeito de comparação, o Brasil, que tem 100 mil mortos por covid-19, tem uma taxa oficial de 48,1.

A imprensa belga ainda especula se a pancadaria em Blankenberge deve ter implicações políticas. As imagens foram compartilhadas e exploradas nas redes sociais ao longo do fim de semana em vários canais anti-imigrantes e da direita belga – inclusive por membros do partido nacionalista flamengo Vlaams Belang, que detém a segunda maior bancada do Parlamento.

JPS/ots

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