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Ucrânia avança, e Rússia relata fim da retirada em Kherson

11 de novembro de 2022

Kiev diz ter retomado das tropas russas mais de 40 cidades e vilarejos no sul da Ucrânia. Moscou anuncia ter concluído o recuo de suas tropas da capital regional sob seu controle desde o início da invasão.

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Tanque abandonado em paisagem rural
Tropas ucranianas retomaram dezenas de assentamentos repletos de equipamentos abandonados pelas forças russas na região de KhersonFoto: Celestino Arce/NurPhoto/picture alliance

A Ucrânia diz ter recapturado das tropas russas mais de 40 cidades e vilarejos no sul do país. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciou que 41 assentamentos foram "libertados" dos ocupantes russos.

A Rússia, enquanto isso, diz ter concluído nesta sexta-feira (11/11) a retirada de suas tropas da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia.

"O número de bandeiras ucranianas retornando ao seu devido lugar como parte das operações de defesa em andamento já está na casa das dezenas", disse Zelenski. Ele falou de "boas notícias do sul".

Em Kherson, unidades russas recuaram "para posições preparadas na margem esquerda do rio Dnipro", segundo o Ministério da Defesa russo.

O exército russo anunciou ter completado sua retirada do norte daquela região ucraniana, afirmando que "a transferência de soldados russos para a margem esquerda ou leste do rio Dnipro terminou", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado. "Nenhuma peça de equipamento militar e armas" foi deixada para trás do outro lado do rio, acrescentou.

No entanto, Moscou continua a considerar a região ucraniana de Kherson como território russo, mesmo após a retirada de suas tropas. "A região de Kherson continuará a fazer parte da Federação Russa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias Interfax. "Esse status é determinado e consolidado por lei. Não há mudanças aqui e não pode haver nenhuma", disse Peskov.

Na quarta-feira, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, tinha ordenado a retirada da estrategicamente importante cidade de Kherson e de partes da região de mesmo nome.

Desconfiança

Zelenski reagiu com desconfiança ao anúncio. "O inimigo não nos dá presentes, não faz 'gestos de boa vontade'", alertou, ressaltando que o exército ucraniano procede "com muito cuidado, sem emoções, sem riscos desnecessários". Ele reiterou a meta da Ucrânia de "libertar todo o nosso país e manter o número de baixas o mais baixo possível".

A região de Kherson tem sido alvo há semanas de uma abrangente contraofensiva ucraniana.

Para Moscou, a região é de grande importância estratégica para poder continuar a ofensiva em direção a Mykolaiv e ao porto de Odessa, no Mar Negro. Além disso, Kherson abriga a represa Kakhovka, que fornece água para a península da Crimeia, anexada pela Rússia.

Se Kherson ficar novamente sob controle ucraniano, as tropas ucranianas poderão usar artilharia de longo alcance para atingir a Crimeia diretamente de lá.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, já falou de uma possível "vitória adicional" para a Ucrânia. "Temos que esperar e ver como a situação no terreno se desenvolverá nos próximos dias. No entanto, está claro que a Rússia está sob alta pressão, e uma retirada de Kherson seria outra vitória para a Ucrânia", disse ele na quinta-feira.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viu o anúncio da retirada de Moscou como prova de que os militares russos têm "problemas reais" na guerra na Ucrânia.

Mais ajuda dos EUA

Enquanto isso, a Coreia do Sul negou nesta sexta-feira uma reportagem do diário americano The Wall Street Journal que o país queira fornecer projéteis de artilharia para a Ucrânia através dos Estados Unidos. "Quando as negociações estiverem concluídas, a munição será usada apenas pelas forças dos EUA", disse o Ministério da Defesa em Seul.

A "política sul-coreana de não fornecer armas letais à Ucrânia permanece inalterada", frisou a pasta.

O Wall Street Journal informou na quinta-feira que os Estados Unidos queriam comprar munição da Coreia do Sul, que seria então entregue à Ucrânia. O acordo está em fase de conclusão. O jornal citou "funcionários dos EUA encarregados do assunto".

Enquanto isso, os Estados Unidos prometeram à Ucrânia uma nova ajuda militar totalizando 400 milhões de dólares (R$ 2,1 bilhões). Com a nova remessa, Washington está entregando a Kiev pela primeira vez o sistema de defesa aérea Avenger, conforme anunciado na quinta-feira. De acordo com o Departamento de Defesa dos EUA, quatro sistemas Avenger e correspondentes mísseis Stinger devem ser entregues.

Os EUA também estão fornecendo aos ucranianos mísseis para os sistemas de defesa aérea do tipo Hawk, que a Espanha prometera à Ucrânia, munição para lançadores de foguetes Himar, munição de artilharia, lançadores de granadas e mais de 20 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas.

A Lituânia, que faz fronteira com a Rússia, diz que planeja comprar oito lançadores de foguetes múltiplos Himars dos Estados Unidos.

md/ek (AFP, AP, Reuters)