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Covid-19: Um morto após operação da polícia no Bengo

2 de janeiro de 2022

Um morto e dois feridos é o resultado de uma operação da Polícia Nacional de Angola, no município do Bula Atumba, província do Bengo. Polícia disse que reagiu ao ataque, com armas brancas, dos cidadãos.

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Angola, que há mais de um ano vive situação de calamidade pública, totaliza mais de 80 mil casos positivos.Foto: Frank Rumpenhorst/dpa/picture alliance

Os disparos da polícia nacional de Angola no município do Bula Atumba, no Bengo, aconteceram quando um grupo de jovens tentava realizar uma festa de convívio para assinalar a passagem de ano. O que deveria ser uma noite festiva, transformou-se em tristeza.

A polícia tentava impedir o evento para fazer cumprir as medidas restritivas de prevenção à Covid-19, que proíbe a realização de festas.

O porta-voz da delegação do interior no Bengo, Gaspar Luís, assumiu a autoria do disparo que acabou em morte.

Disparos

"Com objetivo de dispersar a multidão que envolvia a viatura da polícia, as nossas forças efetuaram alguns disparos que, infelizmente, atingiram um dos populares", disse a fonte à DW África.

Segundo Luís, "as nossas forças orientaram os organizadores para encerrar as portas [da discoteca], mas a orientação não foi acatada", explicou.

Na sequência, "decidimos apreender o aparelho de som, o que motivou a fúria da população, que decidiu partir para agressão às nossas forças", acrescentou. Segundo o polícia, as pessoas estavam, na sua maioria, em estado de embriaguez.

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Vítima

A vítima do disparo da polícia, Mario Miguel, completaria 24 anos em poucos dias. Um dos parentes, Domingos Pascoal, lamenta o sucedido e pede justiça.

"Hoje mantive um encontro com o comandante para ver a situação, ele pediu as cópias do bilhete dos envolvidos e disse que vai ver junto da administração o que se pode fazer", explicou Pascoal à DW África.

Um sacerdote católico residente do munícipio Bula Atumba, na província do Bengo, falou sob anonimato e disse que agora a situação já está controlada.

Na sexta-feira (31.12), o último dia do ano, o  ministro do Interior angolano informou que a polícia nacional "não toleraria incumprimentos" das medidas de proteção contra a Covid-19 e "usaria todos os meios ao seu alcance" para travar a propagação e "responsabilizar" os incumpridores.

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Forças policiais angolanas em patrulha (foto de arquivo).Foto: AFP/O. Silva

Decreto

No mesmo dia, o coordenador da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à Covid-19, Francisco Pereira Furtado, apresentou um decreto presidencial a atualizar as medidas de situação de calamidade pública.

As medidas restritivas, plasmadas no decreto, que atualizava o decreto anterior, vigora entre 03 e 15 de janeiro de 2022, e visam conter a propagação da doença, quando Angola regista diariamente um elevado número de novos casos.

O país africano que já regista a circulação da variante Ómicron está a alcançar uma taxa diária de positividade entre 25% e 30%, segundo as autoridades.

Angola, que há mais de um ano vive situação de calamidade pública, totaliza mais de 81 mil casos positivos, cerca de 64.500 recuperados, 15.290 casos ativos e 1.770 óbitos.

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