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Alemanha estende lockdown parcial até 10 de janeiro

3 de dezembro de 2020

Após reunião com governadores, Merkel anuncia nova prorrogação das medidas anticoronavírus, que incluem fechamento de restaurantes e áreas de lazer e limite de reuniões. País registra recorde de mortos em 24 horas.

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A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, em coletiva de imprensa
"Em princípio, a situação vai ficar como está", afirmou Merkel após a reunião por videoconferênciaFoto: Markus Schreiber/AP/picture alliance

A Alemanha decidiu estender o lockdown parcial em vigor no país até pelo menos 10 de janeiro, anunciou nesta quarta-feira (02/12) a chanceler federal do país, Angela Merkel, após uma reunião com os líderes estaduais para discutir a pandemia de coronavírus.

As medidas restritivas haviam sido reimpostas em 2 de novembro, inicialmente programadas para durar quatro semanas, e mais tarde endurecidas e prorrogadas até 20 de dezembro. Agora, mais três semanas foram adicionadas à conta, num esforço para conter ainda mais os contágios.

As normas incluem o fechamento de restaurantes, bares, academias, cinemas e áreas de lazer, enquanto as lojas foram mantidas abertas, mas com limites estritos no número de clientes. As escolas também permanecem funcionando, e os cidadãos não foram obrigados a ficar em casa, mas reuniões privadas estão limitadas a cinco pessoas de até duas residências.

"Em princípio, a situação vai ficar como está", afirmou Merkel após a reunião por videoconferência, observando que a Alemanha está "muito longe" de taxas de infecção gerenciáveis.

"Cada um pode contribuir para superar a pandemia"

As autoridades alemãs visam reduzir o ritmo dos contágios até que os novos casos não ultrapassem 50 por grupo de 100 mil habitantes em sete dias. Atualmente, esse número está em cerca de 135 casos por 100 mil habitantes.

A chefe de governo informou que uma nova reunião com os governadores está marcada para 4 de janeiro, a fim de avaliar a situação e decidir sobre o fim ou uma nova extensão do lockdown.

A decisão desta quarta-feira ocorre no mesmo dia em que o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental de controle e prevenção de doenças infecciosas, reportou 487 mortes por covid-19 em 24 horas, um recorde no país. Também foram registrados mais de 17 mil novos casos.

As autoridades de saúde estão observando uma ligeira desaceleração na disseminação da doença, mas alertaram que a extensão do lockdown parcial é necessária para manter esse ritmo.

Além disso, o governo está preocupado com um aumento no número de casos se as pessoas decidirem viajar grandes distâncias para visitar seus familiares no feriado de Natal, período durante o qual as restrições serão levemente afrouxadas.

O governador da Baviera, Markus Söder, afirmou que os líderes alemães talvez precisem considerar endurecer as medidas de contenção. "A questão é se podemos manter este país neste tipo de semiconsciência, ou se teremos que considerar em algum momento adotar uma abordagem mais dura e mais focada em algumas áreas", disse o líder estadual.

No passado, os governos federal e regionais da Alemanha viveram impasses sobre como impor rigorosamente o lockdown, uma vez que os casos se concentravam no sul e oeste do país.

Embora Merkel sempre tenha sido a favor de medidas mais rígidas, muitos dos governadores, que têm a palavra final sob o sistema federal alemão, se opuseram. Isso está começando a mudar.

Nesta quarta-feira, a chanceler federal também afirmou que a Alemanha está preparando um programa de vacinação, visando iniciar o processo já no fim de dezembro.

Segundo ela, um total de 70 milhões de doses das vacinas desenvolvidas pela Moderna e pela Biontech/Pfizer deverá ser entregue ao longo do primeiro trimestre do ano que vem, se ambas receberem autorização para aplicação no país.

A Alemanha foi elogiada por ter lidado relativamente bem com a primeira onda de covid-19 no início deste ano, mas os números voltaram a disparar em outubro, anunciando uma segunda onda. Ao todo, o país soma mais de 1 milhão de casos de covid-19 e 17.123 mortes ligadas à doença.

EK/afp/dpa/rtr