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Alemanha tem alta de extremismo entre militares e policiais

13 de maio de 2022

Relatório identifica quase 330 casos com "evidências concretas" de atividades extremistas entre membros de forças de segurança entre 2018 e 2021. Cifra é o triplo da apurada em estudo similar divulgado em 2020.

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Bandeiras do Reich en protesto perto do Portão de Brandemburgo
Relatório aponta participação de membros de serviços de segurança e militares alemães em eventos extremistas de direitaFoto: Abdulhamid Hosbas/AA/picture alliance

Um relatório oficial apontou evidências concretas de extremismo de direita em mais de 300 casos entre membros das principais agências de segurança da Alemanha. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13/05) pela ministra do Interior do país, Nancy Faeser, durante entrevista coletiva em Berlim.

O relatório é divulgado em meio ao aumento de investigações pelas autoridades de segurança alemãs após a revelação de uma série de casos envolvendo a participação de policiais e militares em atividades e grupos de bate-papo de extrema direita.

O relatório examinou 860 casos suspeitos de julho de 2018 a junho de 2021 em agências de segurança federais e estaduais da Alemanha. Desses, foram encontradas "evidências concretas" de atividades extremistas de direita em 327 casos.

O Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV) vê um aumento significativo de casos em comparação com o primeiro relatório, divulgado em 2020.

Nove vezes mais casos suspeitos

O número total de casos suspeitos é quase nove vezes maior, segundo o presidente do EfV, Thomas Haldenwang. O número de casos com evidências concretas é três vezes maior.

No entanto, ele afirmou não ser possível se concluir que existe um aumento do extremismo entre autoridades de segurança, já que o aumento das cifras, na avaliação Haldenwang, também está relacionado à uma intensificação das apurações sobre esses tipos de casos.

Foram analisados incidentes suspeitos de extremismo de direita, assim como de suspeitas de adesão a profissionais de segurança e militares ao movimento extremista "Reichsbürger" (cidadãos do Reich), que não reconhece a autoridade do atual Estado alemão.

A agência federal com mais casos foi o Serviço de Contrainteligência Militar da Alemanha (MAD, na sigla em alemão), com 83 membros confirmados como participantes de "atividades extremistas individuais". A Polícia Federal alemã é a segunda corporação mais afetada, com 18 integrantes.

Saudação nazista

As atividades extremistas incluem a participação em eventos extremistas de direita e em grupos de bate-papo extremistas, além de vínculos com partidos e organizações extremistas.

Em alguns casos, alguns membros da agência de segurança participaram de manifestações da era nazista, como gritar "Sieg Heil" ou "Heil Hitler", além de fazer a saudação nazista.

Faeser afirmou que o governo alemão não permitirá que a democracia do país "seja sabotada internamente por extremistas de direita". A ministra acrescentou que mais de 500 ações disciplinares foram tomadas contra membros de equipes de segurança que participaram de atividades extremistas.

md (AFP, EPD)