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Berlim detém centenas em atos irregulares contra restrições

1 de agosto de 2021

Manifestantes contrários às medidas anticoronavírus do governo se aglomeram na capital alemã, apesar da proibição das autoridades. Polícia diz que agentes foram atacados por participantes, levando a confrontos.

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Protesto em Berlim
Foto: Christian Mang/REUTERS

Milhares de pessoas saíram às ruas de Berlim neste domingo (01/08) para protestar contra medidas restritivas de combate à pandemia de covid-19, apesar de autoridades da capital alemã terem proibido a realização de uma série de manifestações devido ao risco de infecções. Houve vários confrontos entre manifestantes e forças de segurança, e centenas de pessoas foram detidas.

A polícia de Berlim mobilizou mais de 2 mil policiais para impedir a realização dos atos, mas informou que agentes que tentaram dispersar os manifestantes foram "assediados e atacados".

"Eles [manifestantes] tentaram romper o cordão policial e retirar nossos colegas. Gás lacrimogêneo, cassetetes e força física tiveram que ser usados", tuitou a corporação.

Segundo autoridades citadas pela imprensa local, cerca de 600 pessoas foram presas ou detidas temporariamente para a obtenção de dados pessoais neste domingo.

Protesto em Berlim
Manifestantes "tentaram romper o cordão policial e retirar nossos colegas", disse a políciaFoto: Abdulhamid Hosbas/AA/picture alliance

Pela manhã, várias centenas de pessoas se reuniram perto do Parque Olímpico, no oeste de Berlim. Também houve concentrações maiores na Coluna da Vitória, no parque Tiergarten, para onde estava originalmente programada uma manifestação do movimento negacionista Querdenken. Com 22.500 participantes inscritos, o ato, porém, havia sido proibido pelas autoridades.

Ao todo, o Tribunal Superior Administrativo de Berlim-Brandemburgo confirmou a proibição de 17 manifestações convocadas para este domingo, a maioria organizada por negacionistas.

A justificativa foi que o risco para a saúde pública seria elevado demais, já que os eventos poderiam causar um acréscimo das infecções com a variante delta do coronavírus Sars-Cov-2, considerada mais contagiosa e violenta.

 A Alemanha afrouxou muitas das restrições em maio, permitindo a reabertura de restaurantes e bares, mas muitas atividades, como refeições em espaços fechados e estadas em hotéis, necessitam de um certificado de vacinação completa ou um teste negativo recente de covid-19.

Os números de novos casos do país seguem baixos em comparação com os países vizinhos, mas a variante delta tem levado a um aumento das infecções nas últimas semanas. Neste domingo, a Alemanha registrou 2.097 casos, mais de 500 a mais do que no domingo passado.

Protesto em Berlim
"Liberdade. Sem vacinação forçada de crianças", diz cartaz nos protestosFoto: Fabian Sommer/dpa/picture alliance

"Pensadores laterais"

O Querdenken ("pensamento lateral") tem liderado a oposição às medidas anticoronavírus na Alemanha, e atualmente se encontra sob vigilância estatal.

Em seu site, o grupo se anuncia como "democrata", tendo como meta principal proteger os direitos assegurados na Constituição alemã, em especial as liberdades de opinião, expressão e reunião. No entanto, estão comprovados seus contatos transversais com grupos de extrema direita.

Adeptos do movimento e de suas ramificações têm protestado nos últimos meses em diversas cidades contra as restrições governamentais de combate ao coronavírus, sendo responsáveis por organizar algumas das maiores manifestações contra o lockdown.

Diversos protestos convocados pelo grupo desembocaram em violência entre os manifestantes, envolvendo até detonações de explosivos caseiros. Em diversas cidades, as forças de segurança recorreram a canhões d'água para impedir uma escalada.

Além disso, nos eventos do Querdenken têm sido regularmente avistados símbolos neonazistas e de outros grupos de extrema direita. O fundador do movimento, o empreendedor Michael Ballweg, esteve ainda envolvido em episódios questionáveis, como a aparição ao lado do ex-jornalista e ativista Martin Lejeune, acusado de antissemitismo e negação do Holocausto.

ek (DPA, AP, Efe, Lusa, ots)