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Chile condena 22 ex-agentes por crimes na ditadura militar

7 de outubro de 2019

Ex-membros da polícia secreta de Pinochet estavam envolvidos no desaparecimento de dois opositores em 1974. Na época, Brasil e Argentina ajudaram a encobrir o crime. Todos já cumprem penas de prisão.

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Mulher observa memorial em Santiago do Chile homenagens às vítimas da ditadura de Pinochet
Memorial em Santiago do Chile homenagens às vítimas da ditadura de PinochetFoto: picture-alliance/Zuma/L. Vargas

Quase trinta anos após o fim da ditadura militar no Chile, a Corte Suprema do país condenou nesta segunda-feira (07/10) 22 ex-agentes da polícia secreta de Augusto Pinochet, pelo sequestro qualificado de dois opositores, que tiveram os nomes incluídos na Operação Colombo, montada pelo regime para encobrir o desaparecimento de 119 presos políticos.

As sentenças envolvem os principais agentes da Direção de Inteligência Nacional (Dina), a polícia secreta de Pinochet. Na lista, estão nomes como o general Raúl Iturriaga Neumann e os brigadeiros Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko.

Todos eles já cumprem longas penas na prisão pela participação em violações aos direitos humanos durante o período em que Pinochet esteve no poder, entre 1973 e 1990.

As vítimas do sequestro são Héctor Zúñiga Tapia e Bernardo de Castro López, militantes de esquerda que foram detidos em meados de setembro de 1974.

César Manríquez Bravo, Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko foram condenados a dez anos de prisão, por serem considerados autores do rapto e posterior desaparecimento de Tapia, integrante do Movimento de Esquerda Revolucionária. Outros cinco agentes foram sentenciados pelos crimes.

Já pelo sequestro de López, militante do Partido Socialista, o tribunal condenou a dez anos César Manríquez Bravo, Pedro Espinoza Bravo, Gerardo Urrich González, Manuel Carevic Cubillos e Raúl Iturriaga Neumann.

Em 1975, os nomes de Tapia e López foram incluídos entre as vítimas da Operação Colombo, uma ação forjada pela DINA para encobrir o desaparecimento de 119 prisioneiros políticos, com o apoio de agentes da Argentina e do Brasil.

Nos dois países, foram publicadas edições únicas de jornais inexistentes, em que era afirmado que ambos morreram em expurgos feitos pelo Movimento de Esquerda Revolucionária, em territórios argentino e brasileiro.

Durante a ditadura de Pinochet, cerca de 3,2 mil pessoas foram mortas por agentes do Estado, das quais mais de 1,1 mil ainda estão desaparecidas. Outras 40 mil foram presas e torturadas por razões políticas.

CN/efe/ots

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