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Extremismo de direita cresce na Alemanha

27 de junho de 2019

Agência de inteligência registra mais de 24 mil extremistas de direita em atividade no país, mais da metade qualificados como violentos. Relatório classifica cerca de 6 mil como neonazistas.

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Os autointitulados "cidadãos do Reich" rejeitam a legitimidade da atual República Federal da Alemanha
Os autointitulados "cidadãos do Reich" rejeitam a legitimidade da atual República Federal da AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa

O número de extremistas de direita na Alemanha cresceu para 24.100 em 2017, cem a mais que no ano anterior, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira (27/06) pela agência de inteligência federal. A cifra é tratada como um novo recorde pelo ministro do Interior Horst Seehofer.

No relatório do Departamento Federal de Proteção da Constituição (BfV), cerca de 6 mil são classificados como neonazistas, crescimento de 200 frente ao ano anterior. Mais da metade do total de ultradireitistas, 12.700, são qualificados como violentos. 

Especialmente devido à "alta afinidade com armas", o ministro Seehofer disse que as cifras são "preocupantes".

Observou-se um aumento significativo, de 13%, entre os Reichsbürger, chegando a 19 mil, dos quais 950 são considerados radicais de direita. Os autointitulados "cidadãos do Reich" rejeitam a legitimidade da atual República Federal da Alemanha e adotam para si as antigas fronteiras de 1937 do Terceiro Reich. Também eles têm grande afinidade com armas, e estorvam o trabalho de tribunais, polícia e outras autoridades.

Também houve incremento no Movimento Identitário, que Seehofer classificou como "incendiários ideológicos". Apesar de não terem se mostrado violentos, até agora, eles são perigosos; cultivam uma imagem jovem, moderna e tolerante, porém não representam "nada além de racismo", afirmou o ministro.

O total dos delitos de motivação política ultradireitista recuou ligeiramente, ficando em 19.409, enquanto o dos atos violentos por extremistas de direita subiu de 1.054, em 2017, para 1.088.

O contingente da extrema esquerda cresceu quase 8,5% em 2018, totalizando 32 mil pessoas, enquanto o número dos elementos propensos à violência permaneceu em 9 mil. A frequência dos delitos ultraesquerdistas, por sua vez, diminuiu significativamente.

A cena radical islâmica cresceu de 25.810 para 26.560 participantes. Segundo o ministro alemão do Interior, o perigo islamista continua sendo alto, sendo possível um atentado a qualquer momento. Um foco de risco são os mais de mil muçulmanos radicais que partiram da Alemanha para a Síria e Iraque. Cerca da metade deles participou ou apoiou atividades de combate, e um terço já retornou ao país.

Segundo o presidente do Departamento de Proteção à Constituição, Thomas Haldenwang, o órgão tem em sua mira especialmente pequenos grupos ou indivíduos "que se autorradicalizaram online e se sentem instados a praticar violência", numa cena que se mostra "cada vez mais diferenciada e segura de si".

Outra ameaça crescente apontada pelo BfV é a espionagem e outras atividades de inteligência estatal. Numerosos governos estariam empregando seus serviços de informação para assegurar uma dianteira nos setores político, militar e tecnológico.

O terrorismo estatal também está em alta, afirma o departamento, citando casos de homicídio em outros países europeus, presumivelmente perpetrados por serviços secretos estrangeiros. Também têm sido realizados ciberataques para fins de sabotagem.

A Alemanha é um alvo muito visado de atividades de espionagem, tanto por sua filiação à Otan e à União Europeia quanto por sua força econômica e pesquisa inovadora, afirma o BfV. No relatório, Rússia, China, Irã e Turquia são citados como principais autores de atos de espionagem contra a Alemanha.

AV/afp/epd/kna/dpa

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