Hospitais de Paris se aproximam da saturação

Os hospitais de Paris poderão ter até 90% de seus leitos de UTI ocupados por pacientes com covid-19 na próxima semana, alertou Martin Hirsch, que chefia a rede de 39 hospitais da capital francesa e seus subúrbios. "É inevitável", disse Hirsch nesta terça-feira (13/10) ao jornal Le Parisien.

"Por volta de 24 de outubro, haverá um mínimo de 800 a 1.000 pacientes com covid em terapia intensiva, o que representa entre 70% e 90% de nossa capacidade atual", afirmou.

Na segunda-feira, o órgão nacional de saúde da França relatou 94 mortes nas últimas 24 horas em todo o país e 171 novos pacientes em terapia intensiva. No total, 1.539 pessoas estão agora em cuidados intensivos em toda a França, que tem uma capacidade total de cerca de 5.000 leitos.

No auge da crise, em abril passado, mais de 7.000 pacientes estavam em tratamento intensivo, alguns em hospitais militares de campanha de emergência.

O ritmo de contágios vem aumentando a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron, que pode anunciar novas restrições na quarta-feira à noite em um pronunciamento na televisão. Macron se reuniu com os principais ministros nesta terça-feira para avaliar possíveis medidas para conter a segunda onda de covid-19.

Em seu último grande pronunciamento, em julho, Macron ordenou que máscaras fossem usadas em todos os espaços públicos fechados do país. Desde então, o acessório de proteção também se tornou obrigatório nas ruas.

A mídia francesa especula que as novas medidas podem incluir toques de recolher em Paris e em outras cidades, devido ao rápido aumento de casos que colocam os hospitais de volta à prova. No sábado, o número de novas infecções aumentou em 26.896 em 24 horas – um recorde.

Em Paris e em outras cidades onde o vírus circula ativamente, bares e academias já foram fechados, e protocolos mais rígidos foram estabelecidos em restaurantes e shopping centers.

JPS/afp/rt