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MP vai apurar atuação da polícia durante ataques em Brasília

9 de janeiro de 2023

Promotores investigam se policiais do DF evitaram agir contra extremistas, em meio a vários indícios de omissão por parte das forças de segurança. PGR pede inquérito sobre possível conivência de governador afastado.

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Mulher com bandeira do Brasil amarrada em seu corpo caminha com as mãos ao rosto em frente a policiais perfilados da cavalaria em Brasília.
Atuação da polícia durante atos terroristas em Brasília será apurada pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) Foto: Ricardo Moraes/REUTERS

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) pediu nesta segunda-feira (09/01) informações sobre a atuação da polícia em Brasília antes e durante os ataques perpetrados por extremistas bolsonaristas às sedes dos três Poderes.

O MPDFT afirmou que serão abertas investigações para apurar responsabilidades e fatos caso sejam confirmados os indícios de irregularidades na atuação da polícia, seja esta civil ou militar.

As informações solicitadas pelo MPDFT referentes à invasão do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto dizem respeito às estratégias adotadas pelas autoridades, à quantidade de policiais em atividade durante os tumultos, sobre o momento da constatação da adoção de atos extremistas e quais medidas preventivas foram adotadas para coibir a ação dos terroristas.

Promotores foram designados para acompanhar o trabalho realizado pelas polícias civil e militar no Departamento de Polícia Especializada, na Direção-Geral da Polícia Civil e na Esplanada dos Ministérios.

Segundo o MPDFT, "esse acompanhamento continuará a cargo do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial e pelas promotorias de Justiça criminais e militares".

Neste domingo, ao decretar a intervenção federal na segurança pública do DF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que "houve incompetência, má vontade ou má fé" por parte da polícia da capital.

O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) disse que a entidade trabalha "ininterruptamente nas investigações para descobrir os responsáveis pelos crimes ocorridos".

O Ministério Público criou um canal de comunicação para receber denúncias sobre os incidentes deste domingo em Brasília, através do qual as pessoas podem enviar informações e conteúdo como fotos ou vídeos através do email falecom@mpdft.mp.br.

PGR quer investigar Ibaneis Rocha

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito para apurar se houve omissão do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) antes e durante a ocorrência dos atos terroristas perpetrados por radicais bolsonaristas em Brasília.

No total, dez subprocuradores-gerais da República pedem a investigação sobre a conduta do governador. Eles dizem haver fortes indícios de omissão por parte de Ibaneis e "inequívoca relevância penal" no caso. O pedido foi encaminhado ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras.

Ibaneis foi afastado do cargo pelo prazo inicial de 90 dias por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O magistrado considerou que o governador teria sido conivente com os bolsonaristas radicais e ignorado apelos de autoridades para ampliar a segurança na Praça dos Três Poderes.

Horas após o início dos tumultos deste domingo, Ibaneis divulgou um vídeo pedindo desculpas ao presidente Lula pela violência em Brasília e anunciou a exoneração do secretário de Segurança do DF, o bolsonarista Anderson Torres, numa tentativa de evitar ser responsabilizado pela inoperância das forças de segurança.

rc (ots)