1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Zelenski visita Kherson após retirada russa

14 de novembro de 2022

Presidente da Ucrânia visita importante cidade no sul do país que havia sido a única capital regional capturada pelos russos em mais de oito meses de guerra. Moscou insiste que Kherson segue parte do território russo.

https://p.dw.com/p/4JUzV
Soldados ucranianos tiram foto com o presidente Volodimir Zelenski em Kherson
Soldados ucranianos tiram foto com Zelenski em KhersonFoto: Ukrainian Presidential Press Office/AP/dpa/picture alliance

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, visitou nesta segunda-feira (14/11) Kherson, importante cidade no sul do país, recém-recapturada dos russos.

"Estamos avançado", disse Zelenski na praça principal da cidade, diante de moradores com bandeiras da Ucrânia. "Estamos prontos para a paz, paz para todo o nosso país."

"Este é o começo do fim da guerra. Passo a passo, estamos chegando a todos os territórios temporariamente ocupados", afirmou.

Zelenski agradeceu à Otan e a outros aliados pelo apoio na guerra contra a Rússia e afirmou que a entrega de mísseis dos EUA fez uma grande diferença para Kiev.

"Estou muito feliz, você pode dizer pela reação das pessoas, a reação delas não é encenada", disse o presidente.

Moradores de Kherson reunidos no centro da cidade durante a visita do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski
Moradores de Kherson reunidos no centro da cidade durante a visita do presidente Volodimir ZelenskiFoto: Bernat Armangue/AP/dpa/picture alliance

Minutos antes da chegada de Zelenski, bombardeios próximos foram ouvidos a partir do centro de Kherson, e após o discurso do presidente, mais explosões foram ouvidas.

Moscou anunciou a retirada de suas tropas da cidade de Kherson na quarta-feira passada. O recuo representa um grande revés para a Rússia, já que essa era a única capital regional que os russos haviam capturado desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro.

Embora ainda existam forças russas na região de Kherson, o Exército ucraniano relatou a retomada de várias cidades, incluindo a capital de mesmo nome, a cidade de Kherson, onde moradores têm comemorado a chegada de soldados ucranianos desde sexta-feira.

Também na sexta-feira, Moscou afirmou que a região de Kherson, incluindo a capital com o mesmo nome, continuava a fazer parte da Rússia, apesar da retirada. Nesta segunda, após a visita de Zelenski, o Kremlin insistiu na afirmação.

Crimes de guerra

O presidente ucraniano disse neste domingo que as forças ucranianas que retomaram a cidade encontraram evidências de mais de 400 crimes de guerra cometidos pelas tropas russas na região.

"Na região de Kherson, o exército russo deixou para trás as mesmas atrocidades que em outras regiões do nosso país", disse Zelenski em discurso noturno. "Os investigadores já documentaram mais de 400 crimes de guerra."

O líder ucraniano acrescentou que "corpos de mortos estão sendo encontrados, tanto civis quanto militares". "Vamos encontrar e levar à justiça todos os assassinos. Sem dúvida."

A Rússia nega que suas tropas tenham tido civis como alvo ou cometido atrocidades em áreas ocupadas. Valas comuns foram encontradas anteriormente em várias partes da Ucrânia ocupadas por tropas russas, incluindo algumas com corpos de civis com sinais de tortura.

Zelenski alerta sobre minas

O presidente alertou moradores de Kherson sobre minas colocadas pela Rùssia. "Peço a vocês que, por favor, não se esqueçam de que a situação na região de Kherson continua muito perigosa."

Após Moscou anunciar a retirada da cidade de Kherson, conselheiro da Presidência ucraniana, Mykhailo Podolyak,  havia alertado que as forças russas colocaram minas e pretendem transformar Kherson numa "cidade da morte"

No leste da Ucrânia, o Exército do país afirmou nesta segunda que as batalhas continuam intensas nas regiões de Donetsk e Lugansk, anexadas ilegalmente pela Rússia, assim como Kherson e Zaporíjia. Segundo Kiev, forças russas seguem bombardeando infraestrututra crítica e residências de civis.

lf (Reuters, AFP, AP, Lusa)