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Moçambique: Ruanda envia mais tropas para Cabo Delgado

Lusa
1 de dezembro de 2022

O Ruanda está a enviar mais tropas para combater a insurgência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, anunciou o chefe de Estado, Paul Kagame, na quarta-feira (30.11), citado pelos meios de comunicação do país.

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Foto: Jean Bizimana/REUTERS

O contingente inicial de 1.000 militares e polícias já ultrapassou 2.500, sendo que o último reforço chegou esta semana, referiu numa cerimónia pública em Kigali, segundo o jornal ruandês New Times.

"Aumentámos as tropas porque, desde a nossa chegada a Moçambique, muitos problemas foram resolvidos, em colaboração com os moçambicanos", referiu.

"Na área em que operamos, o problema foi completamente resolvido" e o objetivo agora é "perseguir os terroristas" nas zonas onde fazem novos ataques. 

"Acordámos com o Governo moçambicano perseguir os terroristas onde estão agora. É isso que vamos fazer", sublinhou.

O Conselho da União Europeia (UE) adotou esta quinta-feira (01.12) medidas de assistência militar, incluindo uma verba de 20 milhões, para a força de defesa ruandesa deslocada em Moçambique.

Mosambik | Besuch Filipe Nyusi und Paul Kagame in der Provinz Cabo Delgado
Paul Kagame e Filipe Nyusi, chefes de Estado do Ruanda e Moçambique respetivamente, em Pemba, Cabo Delgado, em setembro de 2021Foto: Simon Wohlfahrt/AFP/Getty Images

Paulo Kagame disse na quarta-feira que, até então, "nem um único país ou organização" tinha apoiado a operação do Ruanda em Cabo Delgado, financiada com verbas do Estado.

"Queria esclarecer isso porque algumas pessoas acham que alguém nos enviou dinheiro secretamente. Contribuímos com os pequenos meios que temos e sacrificamos a vida dos nossos filhos e dos moçambicanos", acrescentou.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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